De quanto me fiz parceiro de um poeta falecido:
Conheci Jáder de Carvalho, poeta e jornalista cearense, revolucionário e abnegado, a partir da utilização de textos seus por Mestre Vidal França. Como achei impressionante o que Vidal usava em seus shows passei a pesquisar a obra de Jáder e encontrei um pequeno poema, nem sei se originalmente ele se resume ao que achei, apenas uma estrofe:
"Meu olhar
é um lampião,
Vertendo,
em luz dolorida,
Toda uma
velha paixão
Na
esquina da tua vida"
Achei linda a estrofe e continuei, puxando pelo que imaginei seria a idéia de Jáder de Carvalho e me perguntando por que ele nunca continuou essa linda poesia sozinho.
Nossa parceria ai segue:
Senda
Nordestina
(Marcelo
Leandro Ribeiro/Jáder de Carvalho)
Meu olhar
é um lampião,
Vertendo,
em luz dolorida,
Toda uma
velha paixão
Na
esquina da tua vida
Meu olhar
mira o horizonte
Sonhando
com a companhia
De quem quero
que conte
Os dias
pra ser só minha
Meu olhar
mira o sertão
Onde
aquela casinha
Queima
debaixo do sol
Enquanto
meu coração
Abriga
quem já é minha
Olhar de
terra que aflita
Recolhe
dos céus as lágrimas
Se junta
mais que duas, respinga
Se
multiplica em milagres
Olhar de
quem sem sermão
Pede por
Deus, reza pro sertão
Tão seco
na terra, produzir homens
Que
valham o mundo,
Leias e
íntegros
mais
que um solstício
Que tirem
do desespero do agreste
Das
dores, desse suplicio
O
fermento do caráter
Aquilo que
age bem fundo
Formando
de pó e lágrimas
Os
melhores homens do mundo
04/01/2013
– 21:18hs
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